Devo confessar. Tenho medo da luz. Medo do que ela pode ainda me mostrar. Gente, plis, apaguem a luz. Pode ser que eu veja o que deixei pelo caminho e não goste, sinta vergonha, ou medo. Hei, você! apague este farol. Não quero saber o que vem à frente. Pode ser que doa. Odeio sentir dor.
Devo mesmo confessar. Odeio a luz. É no escuro que o fogo do meu cigarro fica mais vermelho e, às vezes, multicor.
Por favor, não toquem neste interruptor. Tenho pânico de me ver com essa olheiras de quem não pretende dormir nunca mais, para impedir a chegada da manhã. Confesso que não gosto da claridade. Vai que eu te veja como você é e lance por terra as minhas ilusões. Quer saber? Boa noite.

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